16 de junho de 2008

Nova entrada

Gente,
Não é por falta do que fazer, mas...
se alguém acredita que a Xuxa ainda existe, eu tenho que acreditar que eu vou conseguir atualizar um blog.

Participe desta campanha e me visite no http://annefluc.wordpress.com/

Sim, gente, mais um blog.
Tem 3 colunas básicas:
Drops de inconveniência (onde eu roubo posts de outros sites e faço meus comentários inúteis);
A última tremidinha da gozada (assuntos diversos)
e Porque sim não é resposta (dúvidas primordiais pra essa minha vidinha de merda)
Desta vez eu fiz promessa pra São Longuinho.
Ele me ajudará a achar assunto pra falar atualizar todos os dias.

Me visite. Já tem umas coisas lá.

9 de junho de 2008

Sine qua non

Vinha caminhando de um encontro mal resolvido. Puta da vida. Não olhei pra trás e deixei o mané falando sozinho.
Quer me comer?! Então faça o favor de chupar bem.
Esse é o grande problema dos homens, acham que chupar mulher é um plus. Não percebem que é artigo de primeira necessidade.

Pois eu vinha, caminhando, atrás de um barril de cerveja. Ou um trago de qualquer coisa que me fizesse achar que valia a pena passar mais algumas horas longe da minha cama de solteiro. Sonho meu. Sentei no bar cheio de gente que queria ser famosa ou indigente, dia de vodka mais barata, pedi duas doses e um guaraná. É pra trazer tudo junto? É.
Esse foi todo o diálogo descente que consegui naquela noite.

O ambiente só com cheiradores de pó. Caretas. O som era algo detestoso do Belle and Sebastian. O que não é detestoso desses caras? Eu devia ter pedido tequila. Dizem que as mulheres ficam mais fáceis. Pensando bem, deixa pra lá. Usaria o chuveirinho antes de dormir.
Dar pra cheirador que gosta de Belle and Sebastian?! Nem muito louca de ácido. Juro que não ia nem conseguir chupar o pau de alguém desse bar. Sério.

Veio o garçom, me trouxe um copo grande. Derramou as duas doses de vodka, sem nem me perguntar. DEIXA, DEIXA, EU PONHO O RESTO. O cara largou o guaraná na minha mesa e foi-se.
Garçom mal-educado tem seus momentos agradáveis pra mim. Esse foi um.

A música tava me irritando, completei o copo e virei de 3 goles.

Um filho da puta resolveu aparecer. Mulher sozinha numa mesa, virando doses, o cara sempre acha que pode chegar junto. Tá precisando esquecer alguma coisa, mocinha? Olha, cheirador, vamo combinar: não tou afim de papo e você só tomou coragem de vir aqui por causa do pó.
O cara ficou noiado. Como todo cheirador. Pra ser uma pessoa legal, não sei porque diabos, resolvi explicar. Tu chupa bem, cara? Não né?! Nem dá vontade com tanto branquinho. Eu entendo. Então me deixa em paz e vai pro banheiro dar um tiro. Ele foi.

Fiz sinal pro garçom trazer mais duas. Trouxe e fez tudo igual. Sem eu precisar dizer pra ele que completava de guaraná.

O mané saiu do banheiro. Sentou de novo na minha mesa.
Que bosta! Acabou de dar um teco e veio me encher a porra dos culhões que eu não tenho.
Ele abre a boca: sabe que você tem razão? Eu não chupo bem, mas eu gosto de chupar. Acho condição sine qua non de todo hétero.
Ganhou minha simpatia. Não pelo papo de chupação. Mas por ter usado a expressão corretamente. Difícil achar gente que use sine qua non como se deve.

Vem cá, mano. O que tu tás fazendo nesse bar de merda? Curtindo o som?
Não, porra. Esse som tá uma merda, tudo uma merda. Até esse pó tá escroto, fui pro banheiro e fiquei no maior tesão com o que me disseste. Onde já se viu?! Pó de merda. Tudo uma merda.

Outra coisa que me deixa sempre impressionada. Fale de sexo pra um cara...
Pimba! O cara já fica na fissura. Nem que seja de comer outra pessoa. Coisa desagradável...

Pedi a conta. Ele tomou o resto do meu copo. Saí e ele veio andando atrás. Parei.
Que diabos, cara! Não tenho nada que tu queiras.

Não tou pedindo nada, porra! Bora pra um lugar que tenha um som que preste.
Aposto o resto da minha saca que não tens nada pra fazer.

O puto tinha razão. Que mais eu tinha? Era meu chuveirinho e a minha cama bagunçada com roupas limpas emaranhadas (sempre experimento duas opções antes de sair).

Mas fui andando. A vodka já tinha descido e subido à cabeça. O melhor a fazer era...
não tinha nada melhor pra fazer.

E o doido sentou na calçada. Vencido.

Quase um minuto de andança depois. Ouço de longe: MC5, BUKOWSKI E... EU ODEIO CINEMA!

Voltei. Alguém que odeia cinema merece minha atenção.

Ofereci ajuda pra ele levantar. Nos apresentamos.

As conversas que se seguiram foram ficando divertidas. Não sei se pelas doses a mais de vodka vagabunda que compramos no meio do caminho. Ou pelo som no carro que trazia meus músicos preferidos.

Sei que dormimos no mesmo sofá da minha casa. A cama continuou a mesma baderna. Não podia, no estado em que dormi, arrumar coisa alguma.
Nada aconteceu. Foi uma punheta mental noite adentro.

Mas foi ali que tive que reconhecer: nem todo cheirador é careta. Nem todo bar que toca Belle and Sebastian só tem gente bosta. E nem toda noite que começa com uma foda mal-resolvida, termina na minha cama de solteiro.